Little Monster

segunda-feira, 14 de março de 2011
      Nunca escondi que música pop jamais esteve no grupo composto por minhas grandes favoritas entre todas as mais impossíveis variações de meus gostos pessoais. E, da mesma forma, nunca escondi que, se o cantor ou a banda (existe banda pop hoje em dia?) realmente faz por merecer, deixo-me apreciar com o orgulho de ter a liberdade de gostar do que quiser sem ter de saber, por exemplo, quantas unhas encravadas os respectivos componentes já tiveram; seus locais de nascimento; os nomes de seus tios-avós; quantas músicas vieram a compor ao todo e quanto tempo levaram para isto.
Inclusive, muitos dos meus amigos sabem que eu gosto de inúmeras bandas e, ainda assim, não gosto de todas as músicas. Sempre tem aquela que parece não se encaixar no padrão e não ser realmente boa. Tenho o costume, aliás, de baixar discografias inteiras por apenas uma música e, então, descobrir quais são as que se igualam, as melhores e as desconsideráveis.
Não vou me bitolar para não ser chamada de poser. Eu gosto do que é bom, mais uma vez.
      Venho notando algo que lamento não ter deixado passar por minha mente antes. Uma das desvantagens de fechar-se a algo que não lhe agrada, afinal.  Minha falta de atenção para esse mundo pegou-me desprevenida quando, há uns dias atrás, fui observar as estatísticas do blog e deparei-me com as palavras-chave de pesquisa.
"LitlleMonster" "Mundo dos lirou monsters" "litle monster ladi gaga"
Desculpe. Oi?

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Fui pesquisar e, com poucos clics, descobri que "Little Monsters" seria a forma carinhosa com a qual a moça trata seus fãns.
Se fosse só pelo fato de bater com o nome do blog, sem problemas. Eu até riria e esqueceria em poucos minutos, como acontece com muitas coisas, mas o modo de agir dessas pessoas me deixa perturbada.
Não apenas porque não limitam-se a apreciar melodias e refletir sobre letras que, talvez, sejam interessantes ou belas. Ou contagiantes. Essa euforia absurda, essa ânsia, essa febre tira-me do sério. 
Você gritar e se soltar porque não consegue esconder o prazer que aquele som lhe causa, é normal. Saudável é você querer apertar a mão ou tirar uma foto com uma pessoa que, com seus grandes pensamentos e melodias de diferentes notas, influenciou alguma etapa de sua vida e (ou) te ajudou a superar algum obstáculo de qualquer tipo. Sentir afinidade por aquele ser que, mesmo tão distante de seu mundo, conseguiu aproximar-se de alguma forma.
A coisa fica estranha quando você começa a se sentir como se estivesse amando essa pessoa. Berrar "Eu amo você" até que as dimensões de seus pulmões reduzam-se ao tamanho de uma bola de golfe. Dizer que simplesmente morreria por este alguém. Fazer tatuagens idênticas às que estão naquela pele. Ainda mais em certos casos quando se nota que este ídolo não fez absolutamente nada para merecer essa obsessão.
Atenção, eu não estou dizendo que a moça não merece ser admirada. Longe de mim dar qualquer opinião sobre a capacidade de um outro ser humano. Mesmo porque a voz dela – quando na ausência de mil efeitos diferentes – agrada-me e muito.
Mas eu não sou O-BRI-GA-DA a aguentar garotinhas e garotinhos sem rumo na vida tentando arrumar briga comigo porque me escutaram dizer o nome do meu tão sonhado blog e vieram me dizer que eu estava copiando a "leidi gaga" deles.
Primeira dica? Se querem dizer que são fãs, parem de pesquisar sobre detalhes tão irrelevantes e façam um cursinho de inglês apenas para tomarem nota de que é "Lady". Não compreendo como ainda conseguem escrever errado com o nome dessa mulher aparecendo em tantos textos por aí. Vocês são cegos? O site que anunciou "Saiba quando GaGa teve sua primeira menstruação" não tinha escrito direitinho? Céus. Recuso-me a imaginar como cantam as músicas. "Iarnuou" feelings, suponho.

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      Desejei esse blog por muito tempo. Sabia que ele não seria famoso e nem sequer consideravelmente frequentado, porque não é todo mundo que se interessa por ler os pensamentos alheios. Mas, mesmo assim, eu sonhava. Pensava no que viria a postar (e hoje esqueci tudo), divagava sobre o layout que teria e, é claro, sobre o nome que viria a receber.
As ideias originais giravam em torno de algo que destacasse, inicialmente e com poucas palavras, a delicadeza de algo tão incomum. Afinal, já disse mil vezes que sofri dos mais variados tipos de preconceitos e traumas não me faltam. Tomam-me por algo que não sou porque jamais dedicariam-se a compreender. Ignorando o fato de que venho a ser, no fundo, como qualquer outra pessoa. 
Sei quantas pessoas por aí vem a sentir-se de forma semelhante. Sei que muitos seres humanos acham que o que é diferente deve ser tratado como não tendo coração. Acontece.
Foram, também, outros muitos fatores. Até a música Little Monsters (Charlotte Gainsbourg) teve a sua parte. 
Então, para alguns dos pedantes seguidores da cantora: sintam-se bem e permitam-me sentir melhor ainda por saber que, jamais, alguém como vocês fará parte dos meus pequenos monstrinhos.

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