Confesso que tenho um pequeno pavor de tempestades. Se é que qualquer pavor pode vir a ser pequeno. Mas, sigamos.
Tempestades, não chuva. De fato, aprecio chuva quando estou a salvo em um local confortável e sem a menor chance de me molhar com as gotas tóxicas que caem do céu dessa linda cidade chamada São Paulo.
Quando era pequena, adorava de paixão tomar banho de chuva. O céu ameaçava desabar e eu corria pra fora, nem ligando pros gritos da minha mãe que deixavam claras ameaças no ar. Era bom.
Maaaas, os tempos mudaram, claro.
Você acaba crescendo e descobrindo o quão bela se torna a chuva quando você está dentro de um ônibus às 5:30 da manhã com uma miríade de outras pessoas que, por lei, não deveriam estar alí em número tão grande. Os privilegiados que pegam lugares nos bancos, alegremente, fecham as janelas para não molharem seus corpos. As pizzas começam a se formar nas axilas (quando já não estavam formadas por aquela linda corrida até o ponto); as trocentas crianças começam a chorar e algum infeliz decide que é a melhor hora para abrir um delicioso salgadinho de chulé.
Ou então, às 18:00 na estação da Sé. Quando todos buscam a essência japonesa no âmago de suas almas ansiosas pela volta ao lar.
O pior é que há uma lei a respeito do número de pessoas em um vagão ou em um ônibus. Mas onde estão os meios para que essa lei seja executada? Eu, pessoalmente, adoraria voltar pra casa sem ter de ser apalpada por uma mão que vem não sei de onde e que pode tê-lo feito até sem querer. Ou tendo meu nariz grudado no sovaco suado de outra pessoa. E isso tudo com a enorme chance de que, se a chuva for muito feia, o trem pare.
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(Isso, Gene. Seja feliz porque isso é água misturada com leite) |
Todos conhecem essa cena, certo? Eu perguntaria se todos se recordavam, mas muita gente conhece sem nunca ter visto realmente. Acontece aos montes.
Ele estava feliz por porque deu uma beijoca na Lina. Alex estava feliz porque espancava o escritor e preparava para por o seu brother para divertir-se com a mulher do citado anteriormente. Ambos cantavam porque estavam felizes (Ou não, no caso de Alex).
Diga-me, qual o seu motivo para realizar sua melhor performance de Singin' in the Rain nas maravilhosas situações de esfregação humana citadas antes da imagem?
Mas nem tudo na chuva é ruim!
Quando você pode manter sua perfeita escova segura sob um teto, tudo é muito lindo.
Todos amam dormir com o som da chuva. Principalmente quando não pensam que pode ocorrer um desmoronamento por infiltração que te levará dessa para melhor (melhor? Hum) e, se você é como eu e dorme pelado, ainda lhe fará ser encontrado com a bunda branca pra cima. Molhada.
Pensando nisso... Abandonei os planos de cochilar essa tarde.
1 comentários:
Sempre gostei de chuva...não sei exatamente o porque, mas ela me deixava feliz. Quando te conheci, até parei de notar quando chovia, e agora ela me preocupa...tenho medo da chuva fazer a energia cair e não poder mais falar com voce no dia. Sei tambem do medo que voce tem de ficar no escuro, e isso me preocupa, enfim, sabe que sempre estarei aqui para te proteger, seja da chuva ou de um desmoronamento.
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